Os transmontanos não têm medo de nada, senão da pequenez, escreveu o poeta Miguel Torga. Ser generoso, genuíno e honesto é o modo de ser transmontano. “Para cá do Marão, mandam os que cá estão!”, afirmam. Mas a necessidade e o gosto pela aventura levam-nos a correr mundo.
Como tantos transmontanos também a família Montez partiu da sua aldeia para o mundo. Nos anos 70 regressamos à pequena Aldeia de Loivos na região de Chaves. Todos os anos em Setembro com a ajuda da família e dos vizinhos colhiamos e vinificavamos as uvas da nossa vinha. Os vinhos eram feitos de forma artesanal para ser consumidos pela família e amigos. Hoje a nossa família continua dividida pelo mundo, entre Angola, Estados Unidos, Brasil e França, mas Trás-os-Montes mantêm-se o ponto de encontro. Em 2011 finalmente realizamos o nosso sonho: criar, apurar e engarrafar genuínos vinhos Transmontanos da nossa vinha da Penada.
A aldeia de Loivos pouco mudou com o tempo. Em Setembro, os homens deixam as eiras e descem aos lagares. Cantam, dançam e trabalham. As uvas são colhidas manualmente nas horas mais frescas da manhã e imediatamente transportadas para a adega em pequenas caixas. A pisa tradicional das uvas a pé não era até há pouco uma forma romântica de vinificar, era o único método.
Fazer um vinho da região, respeitando o carácter peculiar das castas locais é o nosso objectivo. Que prevalece desde a replantação da vinha até a criação da adega, pensada para produzir um máximo de 60.000 garrafas por ano. A fermentação é feita em tanque de aço inoxidável com controlo da temperatura. Todo o conhecimento de vinificação vem da experiência prática. Estamos sempre a aprender. Gostamos da liberdade de experimentar fora de fórmulas e métodos pré-concebidos.
Os vinhos Penada são pensados para pessoas aventureiras, que gostam de ser diferentes, únicas. Saem fora da facilidade, são imprevisíveis, com sabores desconhecidos, que exploram as características peculiares de cada casta.