O Nosso Mundo: Trás-os-Montes, um "velho mundo" inexplorado

Se Portugal é um país da Europa desconhecido para muitos, a região de Trás-os-Montes é-o ainda mais. A nordeste do Douro, guardada “atrás dos montes” por uma cadeia de montanhas, esta é terra de ancestrais tradições celtas, com lagares pré-Romanos cavados na rocha, vinhas velhas com castas centenárias. Zona de temperaturas extremas, combina exuberantes vales, bosques, olivais, vinhas verdejantes e amendoeiras floridas.

Uma vinha difícil, a 500m de altitude

O nome Penada, que em português significa vencer de um folego, é o nome da montanha que se ergue a 500m de altitude, a pique sobre o vale e a aldeia de Loivos, terra de bons vinhos e de bons azeites, na região de Chaves. Aqui se debruçam as nossas vinhas. Plantadas em socalcos, os tradicionais “geios”, como no Douro desde 2011.  A localização é difícil para os trabalhos da vinha, mas beneficia da excelente exposição solar. Os solos são predominantemente de xisto e argila com um pouco de granito.

Apenas castas tradicionais portuguesas

Acreditamos que os grandes vinhos começam na vinha, não na adega. Na verdade, é a vinha que torna um vinho verdadeiramente único. Nas nossas vinhas não existem castas "estrangeiras", apenas as originais e desconhecidas castas Portuguesas, com provas dadas na região. Desde 2011 plantámos 21.000 videiras em busca da autenticidade local, entre elas destacam-se as tintas: Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinta Amarela, Tinta Barroca e Tinto Cão. Nas castas brancas, a Fernão Pires, Malvasia Fina e Moscatel.

Mas também acreditamos que é com grande dedicação e atenção ao detalhe no trabalho de adega que se fazem bons vinhos.

Touriga Nacional

É a casta emblemática de Portugal, uma casta tinta nobre muito apreciada em todas as regiões. A pele grossa, rica em matéria corante origina cores intensas e profundas. A abundância dos aromas primários é uma das marcas da casta, apresentando-se simultaneamente floral e frutada, sempre intensa e explosiva. Pouco produtiva, é capaz de produzir vinhos equilibrados, com excelente capacidade de envelhecimento.

Touriga Franca

É a casta mais plantada na região do Douro, um dos pilares do Vinho do Porto. A sua popularidade fundamenta-se na versatilidade, produtividade, equilíbrio e regularidade da produção. A sua forte concentração de taninos, contribui para o bom envelhecimento. Oferece fruta farta, proporcionando elegantes vinhos de corpo denso e estrutura firme. Por regra surge com notas florais de rosas, flores silvestres, amoras e esteva, sendo regularmente associada às castas Tinta Roriz e Touriga Nacional.

Tinta Roriz

É a casta ibérica por excelência, uma casta tinta conhecida em Espanha como Tempranillo e no Alentejo como Aragonês. É uma casta precoce, muito vigorosa e produtiva, adaptável a diferentes climas e solos. Se o vigor for controlado, origina vinhos que concertam elegância e robustez, fruta farta e especiarias, num registo profundo e vivo. É uma casta de lote, que beneficia da companhia das castas Touriga Nacional e Touriga Franca no Douro.

Tinta Amarela

Uma casta tinta difícil, especialmente vigorosa, que necessita de refreio permanente e cuidados extremos. Conhecida como Trincadeira no Alentejo. Tem rendimentos elevados, mas irregulares. Caracteriza-se por ter cachos médios muito compactos, mostrando-se extremamente sensível às doenças e à podridão. Os vinhos são tendencialmente florais, mais vegetais quando a maturação é menor, ricos em cor e acidez, com boas condições para envelhecer bem em garrafa.